Primeiro, a dimensão pessoal da fé. A pergunta fundamental é esta: como vai a minha fé?
Um dos objetivos do Ano da Fé é nossa conversão, renovação, santificação.
A Igreja espera que cada fiel faça um projeto pessoal de crescimento na fé para
readquirir a alegria de crer e o entusiasmo de transmitir a fé.
Segundo, a dimensão
celebrativa. Neste ano dedicado à fé somos convocados a melhorar nossas
celebrações costumeiras e por outro lado, ser criativos em realizar eventos celebrativos
que encantem o coração e nos fortaleçam na evangelização. A lei de crer é a lei
de celebrar. A liturgia e a oração manifestam nossa fé e a realimentam.
Terceiro, a dimensão
reflexiva. O Ano da Fé é uma oportunidade para aprofundar nossos estudos
sobre o Catecismo da Igreja Católica, sobre os Documentos do Concílio Vaticano
II. O credo deve estar sempre em nossas mentes e corações, como também ressoar
nas catedrais, nas igrejas, nas famílias e nos meios de comunicação.
Quarto, a dimensão da
transmissão da fé. Eis uma questão hoje em decadência. A transmissão da fé
na família, nas escolas, na catequese, nas homilias e uma urgência da
evangelização. A fé vem da pregação, da audição, da transmissão, do testemunho
e da comunicação do seu conteúdo. Somos intimados a transmitir a fé para nossos
vizinhos, parentes, amigos como também os namorados, noivos, padrinhos,
testemunhas do casamento. Usemos de modo especial as redes sociais como e-mail,
blog, MSN, internet, etc.
Quinto, a dimensão eclesial da fé. O nosso ato de fé pessoal não é inventado por nós, é
uma fé que recebemos da Igreja desde o batismo. Eu creio com a fé da Igreja.
Meu ato de fé não pode ser arbitrário, nem invenção da minha cabeça. Portanto,
o Ano da Fé nos leva a crer, amar e seguir a fé que recebemos da Igreja. Nossa
fé é eclesial, comunitária, pública.
Sexto, a dimensão social. A fé sem
obras é morta, mais ainda, ela age e se manifesta no amor. O Ano da Fé nos
impele a assumir a dimensão social do evangelho. A fé nos faz profetas, advogados
da justiça, promotores da dignidade humana, defensores da vida. Neste ano,
renovemos nossa opção pelos pobres.
Sétimo, a dimensão testemunhal.
Precisamos dar testemunhos públicos de nossa fé, oferecer oportunidade para as
pessoas darem seus testemunhos, descobrir pessoas de fé que estão no meio de
nós, ao nosso lado. Voltemo-nos para os santos, os Apóstolos, os mártires, os
missionários que são testemunhas eloquentes, fascinantes e arrebatadoras da fé.
O
Ano da fé, se bem vivido, será um ano de luz que haverá de iluminar, incendiar,
inflamar e aquecer a vida dos fiéis e das comunidades. A fé é no fundo uma
grande paixão. Que nos permite superar a tristeza, a rotina, a mediocridade que
nos acomoda e incomoda. Alegria, esperança, encorajamento são expectativas que
temos a respeito do Ano da fé. Quando não há fé desaba o essencial que é o
esquecimento de Deus e a surdez da fé.
A
verdade, a força e a beleza da fé haverão de vencer o cansaço, a burocracia, o
comodismo, que se chama de “síndrome do embaraço” na qual vivem muitos cristãos
batizados. Pela fé, percebemos que em Jesus de Nazaré Deus se fez visível,
audível e tangível. O reencontro com Jesus Cristo oportunizado pelo Ano da Fé
será o motor da Nova Evangelização, através da qual, muitos haverão de voltar-se
para Deus, outros se aproximarão mais da Igreja e outros ainda viverão com mais
coragem sua fé. Voltemos à fonte, ao poço a exemplo da samaritana e uma vez
convertidos peregrinemos pelos desertos do mundo e os transformemos em jardins.
Entremos pela porta da fé e caminhemos na estrada de Jesus que nos leva à porta
da justiça e do céu.
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