Conta um médico que uma cliente sua, esposa de um
homem avesso a externar os seus sentimentos, foi acometida de uma supuração de
apêndice e levada às pressas para o hospital.
Operada de emergência, necessitou receber várias
transfusões de sangue sem nenhum resultado satisfatório para o restabelecimento
de sua saúde.
O médico, um tanto preocupado, a fim de sugestioná-la,
disse-lhe: “Pensei que a senhora quisesse ficar curada o mais rápido possível a
fim de voltar para o seu lar e o seu marido.”
Ela respondeu, sem nenhum entusiasmo: - O meu marido
não precisa de mim. Aliás, ele não necessita de ninguém. Sempre diz isso
Naquela noite, o médico falou para o esposo que a sua
mulher não queria ficar curada. Que ela estava sofrendo de profunda carência
afetiva que lhe comprometia a cura.
A resposta do marido foi curta, mas precisa: - Ela tem
de ficar boa.
Finalmente, como último recurso para a obtenção do
restabelecimento da paciente, o médico optou por realizar uma transfusão de
sangue, direta. O doador foi o próprio marido, pois ele possuía o tipo de
sangue adequado a ele. Deitado ao lado dela, enquanto o sangue fluía dele para
as veias da sua esposa, aconteceu algo imprevisível. O marido, traduzindo na
voz uma verdadeira afeição, disse para a esposa: - Querida, eu vou fazer você
ficar boa. – Por quê? Perguntou ela, sem nem mesmo abrir os olhos. – Porque
você representa muito para mim.
Houve uma pausa. O pulso dela bateu mais depressa.
Seus olhos se abriram e ela voltou lentamente a cabeça para ele e falou: - Você
nunca me disse isso. – Estou dizendo agora.
Mais tarde, com surpresa, o marido ouviu a opinião do
médico sobre a causa principal da cura da sua esposa.
- Não foi a transfusão em si mesma, mas o que
acompanhou a doação do sangue que fez com que ela se restabelecesse. As
palavras de carinho fizeram a diferença entre a morte e a vida.
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