A casa é uma
comunidade de vida e de amor.
1. Etapa
romântica. O outro parece não ter defeitos, é idealizado e endeusado. Tudo
é dez. Altas são as expectativas. Exagera-se nas fantasias, sonhos, promessas.
A relação é simbiótica, isto é, de dependência e apego. Encantamento, paixão e
prazer perfazem a etapa romântica.
2. Etapa do
conhecimento mútuo. Começam aparecer os defeitos, o cotidiano vira mesmice,
chatice, sem graça. Um ronca alto demais, o outro gasta muita pasta de dente,
chega atrasado, etc. É a etapa do encontro com a realidade, o "eu
real". É preciso casar-se com as debilidades do outro. Casar as almas, as
consciências, os projetos, as liberdades, as diferenças. Sem isso, um joga
culpa no outro, um engana o outro, aparecem as mentiras e a frustração. "Se
se aproximam, brigam. Se se afastam morrem", como acontece com o
porco-espinho do Alasca.
3. Etapa da luta
pelo poder. Os sonhos acabam. As agressões e a indiferença ferem. Queixas,
ameaças e murmuração tornam-se companheiros de cada dia. O dinheiro, o sexo, e
os filhos são usados para manipular o outro. É hora de buscar apoio, ajuda e
solução. Ninguém suporta um ambiente de competição e luta pelo poder. Nesta
hora um encontro de casais, um retiro, uma volta para Deus pode ser o melhor
caminho. O padre, o psicólogo, o aconselhador, o médico, os amigos podem ser
bons anjos.
4. Etapa da
desilusão. O casal se isola, come sozinho, passeia sozinho, vai a Igreja
sozinho, diverte-se sozinho. Começa o divórcio emocional, sexual e espiritual.
Já está presente a separação real, não ainda a legitimada pela lei. O vazio é
preenchido com: ativismo, televisão, bar, jogos, igreja, álcool, amizades
erradas. Agora não há outra saída: romper ou crescer. É preciso decidir. A
solução tem quatro portas: o diálogo, o perdão, a ternura, a oração.
5. Etapa do
crescimento. Focaliza-se a renegociação. Os acordos são selados. As pessoas
mudaram com o sofrimento e amadureceram. Volta a auto-estima e começa a ajuda
mútua. Os compromissos são assumidos e há flexibilidade nas dificuldades.
Amizade, pequenos gestos, elogio, atitudes positivas salvam o casamento. O
grande remédio é a humildade. O amor se manifesta em sentimentos, atitudes e
gestos.
6. Etapa da estabilidade. Cresce a intimidade e vive-se o "reino do nosso": nossos filhos, nossa casa, nossa fé, nossa família. As decisões são em conjunto. Tudo é comunicado e partilhado. Aparecem novos interesses, novas iniciativas e esperanças. A casa é uma comunidade de vida e de amor. As amizades aumentam e ajudam o casal. "Agora estamos casados de verdade" afirmam os casais. A família torna-se santuário da vida, laboratório de amor, escola de humanismo, igreja doméstica.
7. Etapa da
generatividade. O casal e a família se abrem para a ação, a doação de
si, a generosidade em servir e ajudar outros casais. Participam da comunidade,
dispõem-se a colaborar com a transformação da sociedade, vivem o altruísmo e o
voluntariado. A suprema satisfação consiste em ajudar os outros a serem
felizes. Há serenidade diante das dificuldades. A tolerância, a paciência e a
compreensão preservam a paz interior e a paz em casa. A consideração pelos
outros, a sensibilidade pelos irmãos, o sentimento de confiança mútua reforçam
a felicidade do casamento. É assim que a família é a esperança da sociedade e o
futuro do mundo.
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